terça-feira, 5 de maio de 2009

JORNADAS AUTÁRQUICAS 2009: resumo da visita à Cidade (2 Abril)

Visita à cidade – 2 Maio




No âmbito das IV Jornadas Autárquicas da CDU no passado sábado, dia 2 de Maio foi a vez dos militantes desta organização política visitarem a cidade.
A vista decorreu durante praticamente todo o dia, tendo terminado ao final da tarde e nela estiveram envolvidos mais de uma dezena de activistas entre e os quais Carlos Tomé, vereador da Câmara, Ramiro Silva e António Canais, membros da Assembleia Municipal, José Manuel Mota Pereira e José Augusto Paixão, membros, respectivamente, da Assembleia de Freguesia de Santa Maria e de S. Pedro.
A comitiva começou por observar as obras que estão a decorrer na Praça 5 de Outubro na expectativa de que o espaço mais nobre da cidade mantenha as suas características essenciais de local aprazível que sempre teve e destinado primordialmente às pessoas.


O mercado municipal foi visitado e contactados vários vendedores que se queixaram da falta de clientes, das taxas que pagam à Câmara e da falta de condições de venda. No local foram confirmadas estas situações. Eram escassos os clientes e por todo o espaço era visível o desânimo e a falta de alegria, azáfama e burburinho próprios de um mercado vivo. Foi também notória a falta de iniciativas concertadas de dinamização do mercado por parte da Câmara, sendo óbvia a sua fuga à responsabilização quanto a este assunto.
O Moinho dos Gafos, ali mesmo ao lado, continua totalmente desprezado. Trata-se de um local de uma grande beleza e de importância histórica que devia ser aproveitado. Relembre-se que este Moinho foi, há mais de uma década e meia, doado pela Companhia de Fiação e Tecidos à Câmara na condição de esta ali fazer obras de recuperação. Como a Câmara teve o Moinho na sua posse durante mais de mais de uma década mas não cumpriu o protocolo o espaço reverteu de novo à posse da empresa. Agora, a Câmara tem que comprar o mesmo espaço ao seu legítimo proprietário, se ali quiser fazer algo, mas para isso é preciso que este o queira vender.
Ali bem perto foi possível ver os esgotos a deitarem directamente para o rio em plena cidade do Almonda num exemplo que, infelizmente, se repete um pouco por todo o concelho.
A chamada Casa Amarela, que agora serve para albergar cursos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, está sub aproveitada e com evidente falta de manutenção e de alguns acabamentos exteriores.
A comitiva percorreu grande parte das ruas do centro histórico, tendo observado o estado absolutamente lastimável em que se encontra aquilo que devia constituir a alma da cidade.


Escassos são os edifícios recuperados em flagrante contraste com o cada vez maior número de casas desabitadas, a necessitar de intervenção ou mesmo a ameaçar ruína, inclusivamente com risco para a segurança da população.
Embora tenham sido pavimentadas com asfalto algumas ruas - quando deviam ser calcetadas se as intervenções camarárias respeitassem algum plano de salvaguarda do centro histórico, o que claramente não acontece - o panorama desolador não se alterou.


Com efeito, o abandono é cada vez maior, sem utilização de qualquer plano de intervenção ou de revitalização dos espaços. Não existe nenhum espaço público do centro histórico que tenha sido arranjado ou requalificado nos últimos anos. A este respeito a zona de Valverde é exemplar pela negativa, onde pontuam os edifícios a ruir e abandonados à sorte do tempo e vários espaços e largos completamente desaproveitados.
O edifício do antigo mercado do peixe, desactivado há vários, continua perfeitamente abandonado já com ervas enormes no seu interior à espera que surja o milagre do seu aproveitamento.
De passagem pelo jardim da avenida, foi curioso observar o estado de desleixo e abandono em que se encontra a parte velha deste. Falta tratamento dos espaços, falta cuidado e zelo na preservação deste jardim que percorre a avenida marginal, falta iluminação e manutenção em diversos espaços, com especial destaque para o local onde anteriormente se encontrava o parque infantil e que agora deveria ser aproveitado e embelezado.
Depois de um apetitoso arroz de peixe no Lamego, a comitiva continuou a visita à cidade pela tarde fora.
No Casal Queirós mantém-se as promessas de construção da ligação à avenida, mas nada foi concretizado, e a Quinta da Lezíria continua à espera que ali nasça um verdadeiro espaço para as colectividades como está previsto há longos anos.
Mesmo num sábado foi notória a falta de aproveitamento de espaços para estacionamento no centro da cidade, bem como a inutilidade de quiosques abandonados que se encontram pela cidade.
O Moinho da Cova certamente o local mais belo ligado ao rio Almonda em plena cidade – e espaço quase desconhecido mesmo dos torrejanos – foi mais uma vez objecto de atenção. Trata-se de um local frondoso onde as águas do Almonda correm lentamente e onde se pode tomar banho ou passar bons momentos de lazer. Uma das margens do rio foi alvo de uma intervenção recente com estrutura em madeira, para suster as águas, mas cuja razão de ser pode ser colocada em causa por falta de um plano de requalificação e intervenção tecnicamente cuidado para o local. Até hoje a Câmara sempre ignorou totalmente o local.
A finalizar a visita a comitiva verificou que a empresa que está a construir o supermercado junto ao condomínio Beira Rio ocupou e destruiu uma área bastante razoável do passeio público mesmo em frente à rotunda do cemitério. Trata-se de uma atitude abusiva da empresa sem que até ao momento a Câmara tenha feito algo para a impedir e repor a legalidade da situação. Com efeito, é um espaço público que está a ser destruído e apropriado por particulares mesmo à vista de todos, o que é inadmissível.