Visita à cidade – 2 Maio
No âmbito das IV Jornadas Autárquicas da CDU no passado sábado, dia 2 de Maio foi a vez dos militantes desta organização política visitarem a cidade.
A vista decorreu durante praticamente todo o dia, tendo terminado ao final da tarde e nela estiveram envolvidos mais de uma dezena de activistas entre e os quais Carlos Tomé, vereador da Câmara, Ramiro Silva e António Canais, membros da Assembleia Municipal, José Manuel Mota Pereira e José Augusto Paixão, membros, respectivamente, da Assembleia de Freguesia de Santa Maria e de S. Pedro.
A comitiva começou por observar as obras que estão a decorrer na Praça 5 de Outubro na expectativa de que o espaço mais nobre da cidade mantenha as suas características essenciais de local aprazível que sempre teve e destinado primordialmente às pessoas.

O mercado municipal foi visitado e contactados vários vendedores que se queixaram da falta de clientes, das taxas que pagam à Câmara e da falta de condições de venda. No local foram confirmadas estas situações. Eram escassos os clientes e por todo o espaço era visível o desânimo e a falta de alegria, azáfama e burburinho próprios de um mercado vivo. Foi também notória a falta de iniciativas concertadas de dinamização do mercado por parte da Câmara, sendo óbvia a sua fuga à responsabilização quanto a este assunto.

O Moinho dos Gafos, ali mesmo ao lado, continua totalmente desprezado. Trata-se de um local de uma grande beleza e de importância histórica que devia ser aproveitado. Relembre-se que este Moinho foi, há mais de uma década e meia, doado pela Companhia de Fiação e Tecidos à Câmara na condição de esta ali fazer obras de recuperação. Como a Câmara teve o Moinho na sua posse durante mais de mais de uma década mas não cumpriu o protocolo o espaço reverteu de novo à posse da empresa. Agora, a Câmara tem que comprar o mesmo espaço ao seu legítimo proprietário, se ali quiser fazer algo, mas para isso é preciso que este o queira vender.

Ali bem perto foi possível ver os esgotos a deitarem directamente para o rio em plena cidade do Almonda num exemplo que, infelizmente, se repete um pouco por todo o concelho.

A chamada Casa Amarela, que agora serve para albergar cursos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, está sub aproveitada e com evidente falta de manutenção e de alguns acabamentos exteriores.

A comitiva percorreu grande parte das ruas do centro histórico, tendo observado o estado absolutamente lastimável em que se encontra aquilo que devia constituir a alma da cidade.


Embora tenham sido pavimentadas com asfalto algumas ruas - quando deviam ser calcetadas se as intervenções camarárias respeitassem algum plano de salvaguarda do centro histórico, o que claramente não acontece - o panorama desolador não se alterou.


O edifício do antigo mercado do peixe, desactivado há vários, continua perfeitamente abandonado já com ervas enormes no seu interior à espera que surja o milagre do seu aproveitamento.

De passagem pelo jardim da avenida, foi curioso observar o estado de desleixo e abandono em que se encontra a parte velha deste.

Depois de um apetitoso arroz de peixe no Lamego, a comitiva continuou a visita à cidade pela tarde fora.
No Casal Queirós mantém-se as promessas de construção da ligação à avenida, mas nada foi concretizado, e a Quinta da Lezíria continua à espera que ali nasça um verdadeiro espaço para as colectividades como está previsto há longos anos.
Mesmo num sábado foi notória a falta de aproveitamento de espaços para estacionamento no centro da cidade, bem como a inutilidade de quiosques abandonados que se encontram pela cidade.
O Moinho da Cova certamente o local mais belo ligado ao rio Almonda em plena cidade – e espaço quase desconhecido mesmo dos torrejanos – foi mais uma vez objecto de atenção. Trata-se de um local frondoso onde as águas do Almonda correm lentamente e onde se pode tomar banho ou passar bons momentos de lazer.


A finalizar a visita a comitiva verificou que a empresa que está a construir o supermercado junto ao condomínio Beira Rio ocupou e destruiu uma área bastante razoável do passeio público mesmo em frente à rotunda do cemitério. Trata-se de uma atitude abusiva da empresa sem que até ao momento a Câmara tenha feito algo para a impedir e repor a legalidade da situação.

