terça-feira, 19 de maio de 2009

VIVER A CIDADE: resumo do debate


De acordo com o previsto, a CDU realizou na passada sexta feira, dia 15 de Maio, na sede do Choral Phydellius, um debate sobre o tema “Viver a Cidade”.
Este debate integrou o programa das IV Jornadas Autárquicas que a CDU de Torres Novas está a levar a efeito com o lema “Um Concelho melhor para todos”.
Não foi propriamente um debate em moldes habituais, pois, como foi esclarecido, pretendeu-se conversar sobre a cidade, sem oradores convidados, sem especialistas na matéria. No fundo, o que se pretendeu foi dar voz às pessoas, possibilitando que os cidadãos falassem sobre a sua cidade, trocassem opiniões, transmitissem experiências da sua vivência, fizessem críticas, dessem o seu contributo para que os cidadãos se relacionem com a sua cidade.
Não se pretendiam retirar conclusões, mas tão só trocar opiniões, pois a discussão sobre a cidade é também uma forma de participação na sua vida. Porque a cidade não é um corpo inerte e amorfo. É um território que se vai construindo com a participação de todos e moldando à semelhança dos seus cidadãos.
E se este foi o objectivo do debate, pode-se dizer que tal foi perfeitamente atingido.
Estiveram presentes cerca de meia centena de pessoas que demonstraram interesse na iniciativa e muitos deles deram o seu contributo para a discussão.
O moderador, Carlos Tomé, abriu o debate com o lançamento de algumas ideias e pistas para a discussão.
Começou por falar no passado de Torres Novas, referindo que a cidade não nasceu há pouco tempo, possuindo mais de oito séculos de vida, sendo a sua história um elemento definidor que deve ser respeitado e valorizado.
Por outro lado, a forma de organização espacial da cidade, o local onde se instalam os equipamentos colectivos e outros, bem como a definição de espaços para habitação, indústria, comércio e serviços condicionam e determinam a evolução da cidade.
Carlos Tomé considerou que esta cidade tem dois elementos fundamentais na sua identidade que a assinalam de forma indelével e que deveriam ser respeitados e servirem de imagem de marca específica de Torres Novas. São eles: o castelo e o rio Almonda. Com efeito, não são em grande número as cidades pequenas que se possam orgulhar de possuir dois elementos com estas características e beleza. No entanto, na opinião do moderador estes elementos nunca foram assumidos pelo poder autárquico como verdadeiros ex libris da cidade.
Por outro lado, a forma como as pessoas se relacionam com a sua cidade, como a vivem, que expectativas criam dela, a relação de amor/ódio que por vezes parece existir entre os cidadãos e a cidade, foram outras dicas também colocada à discussão pelo moderador.
E, finalmente, o futuro de Torres Novas foi deixado em aberto como pista para análise. Futuro esse que se prende com alguns projectos apresentados pela Câmara. Serão estes os projectos de que a cidade precisa? Questionou o moderador.
A discussão destas e de outras questões apaixonou os presentes durante mais de duas horas. De facto, bastantes foram aqueles que, desinibidamente, quiseram fazer ouvir a sua voz e dar o seu contributo para a discussão.
Ana Rita, Ramiro Silva, Carlos Governo, José Mota Pereira, António Canais, Rui Pereira Esmeralda Moita, Manuel José Soares, Manuel Ligeiro, Paulo Tito, Hélder Dias e João Pereira, foram apenas alguns dos intervenientes no debate com opiniões diversas sobre a sua cidade.
No final do debate foi consensual entre os presentes o entendimento de que é fundamental criar fóruns de discussão sobre assuntos relativos à vida dos cidadãos, possibilitando assim que estes tomem posição sobre os mesmos.
A democracia local só tem a ganhar com a participação dos munícipes neste tipo de iniciativas.
Como nunca se havia realizado em Torres Novas uma iniciativa deste tipo para se debater a cidade – sendo certo que a Câmara Municipal o deveria fazer - , por tal motivo, este debate foi apelidado de histórico.