quinta-feira, 14 de maio de 2009

Jornadas Autárquicas: Resumo da visita à freguesia de Riachos (9 Maio)

No passado sábado, dia 9 de Maio foi a vez da freguesia de Riachos ser visitada pela CDU no âmbito das IV Jornadas Autárquicas.
Participaram na visita vários activistas da CDU entre os quais Carlos Tomé, vereador da Câmara Municipal, Ramiro Silva e António Canais membros da Assembleia Municipal e os representante desta organização política na Assembleia de Freguesia de Riachos, entre os quais José Tomé.
O local de encontro foi no Largo onde se verificou a necessidade de obras de requalificação do espaço que privilegie as pessoas em detrimento de grandes construções, como espelhos de água ou fontes, que apenas contribuem para inviabilizar o aproveitamento público do espaço. Impõe-se também o aterro urgente das casas de banho subterrâneas que não são utilizadas há longos anos.
O espaço do mercado merecia ser bem aproveitado para uso público, dando continuidade prática ao projecto da CDU quando estava à frente dos destinos da freguesia. Como há anos que nada se faz no mercado, este mantém um aspecto moribundo e apagado, sem vida, não merecendo qualquer atenção por parte da Junta de Freguesia.
Um dos casos mais surpreendentes apreciado pelos visitantes foi o actual estado do Parque 25 de Abril. De facto é difícil qualificar o estado verdadeiramente miserável em que se encontra o único jardim da vila. Há ervas da altura de um homem, arbustos a precisarem de corte há longos meses, mesas e bancos danificados, falta de iluminação, uma evidente e grosseira falta de qualquer manutenção por mínima que fosse num espaço que poderia ser bonito, como já foi. De facto os visitantes ficaram muito mal impressionados com o aspecto do Parque 25 de Abril, que de parque só tem o nome.
Junto ao Centro de Saúde, a comitiva foi alertada para a falta de médicos que afecta cerca de 1.500 riachenses, tratando-se de um problema bastante grave. Fazendo parte da luta para contrariar esta situação, corre neste momento entre a população um abaixo-assinado promovido pela Comissão de Utentes que todos os elementos da comitiva assinaram como prova de solidariedade com uma luta absolutamente justa.
Ali mesmo ao lado, e em face da promessa do Presidente da Câmara feita na Festa da Bênção do Gado de 2004 de que o Jardim da Vila estaria já construído em 2008, verificou-se que as obras foram iniciadas há algumas semanas – mas apenas com a colocação de uma simples vedação em rede - mas já estão paradas.
Na variante a erva nas bermas é de tal monta que impede os transeuntes de circularem pelas bermas, sendo obrigados a andarem pela própria via, como foi visto na ocasião. Com efeito, esta artéria é muito utilizada pelos riachense para caminhadas a pé, mas deveria ter passeios e justificando-se também a construção de uma ciclovia.
Ali perto a comitiva observou o local onde serão construídos 58 fogos pela Cooperativa Sópovo, constituindo esta a 4ª fase em Riachos.
A visita à Rua da Costa Brava foi muito beneficiada com esclarecimentos prestados no local por José Ferreira, um dos dinamizadores da luta dos moradores pelas melhorias que se impõem na sua rua. Com efeito, as necessidades destes moradores são muitas, pois as únicas obras que a estrada teve aconteceram há mais de 30 anos com a instalação da rede de água. E daí para cá nada mais se fez. Agora é necessário instalar os esgotos, renovar as condutas da água e pavimentar. O processo de luta da população tem sido difícil, com promessas sucessivas por parte do presidente da Câmara de resolução do problema, mas sempre incumpridas, sendo certo que até agora as coisas continuam na mesma. Mas não há dúvidas de que se trata de uma reclamação absolutamente justa destes moradores e que já há muito que devia estar satisfeita, pois estão em causa necessidades básicas da população.
Junto à ponte sobre a linha de caminho de ferro foram observadas as obras de construção de um novo terminal multimodal situado no concelho do Entroncamento. Trata-se de um investimento situado a poucas centenas de metros do TVT e tem precisamente a mesma finalidade. A comitiva comentou tratar-se de um caso absurdo em que a falta de planeamento regional é flagrante.
A poucos metros daí a comitiva verificou que a variante deveria ter a continuidade óbvia de ligação ao IC3 fazendo o atravessamento perto da Estrada das Vendas. Aliás, no local é visível que a variante não foi terminada tendo ficado ensaiada a sua continuidade em frente.
A zona industrial foi alvo de atenção dos visitantes sendo evidente a falta de investimento municipal no seu desenvolvimento. De facto, foram várias as empresas que assinaram um protocolo há cerca de 9 anos com a Câmara mas que até agora ainda não estão implantadas no local por falta de construção das infraestruturas.
Nas chamadas rotunda da Agromais e da Golegã é visível a erva com mais de 1 metro de altura e é evidente a necessidade de tratamento ou embelezamento urgente.
Aliás, a erva também cresce de forma avassaladora nos passeios do viaduto sul da linha do norte, junto à fábrica do álcool, tornando a utilização destes espaços pelos transeuntes completamente impossível, isto para além do aspecto de desmazelo que denotam.
Nesse local o mau cheiro proveniente da fábrica do álcool foi sentido por toda a comitiva.
As casas pertença da Refer e localizadas junto à linha de caminho de ferro foram visitadas e constatou-se no local que estes espaços podiam ser aproveitados pelo município para fazer face a algumas situações de falta de habitação, pois a empresa sua proprietária está disposta a cedê-las. O edifício está perfeitamente ao abandono, o que se torna um autêntico desperdício de recursos.
Nesse local mantêm-se uma das mais caricatas situações que foram observadas pela comitiva: um troço de estrada recentemente pavimentada e devidamente marcada e sinalizada como se tivesse continuidade, mas que termina abruptamente na antiga passagem de nível que agora já não existe. Isto é, este troço foi arranjado como se de uma estrada normal se tratasse o que provoca enganos frequentes e perigosos a quem não conheça a localidade.
Junto aos Casais Pinheiros a comitiva teve ocasião de ver o estado em que se encontra o ribeiro em cujo leito corre um líquido viscoso e negro, proveniente de esgotos e com um cheiro nauseabundo. É um inadmissível esgoto a céu aberto. Foi possível ver no local diversas rãs e ratazanas passeando nas margens do ribeiro envoltas em ervas da altura de um homem. Trata-se de um terrível atentado ao ambiente em pleno centro da vila. Este ribeiro atravessa Riachos e vai desaguar na Vala das Cordas.
No bairro da primeira fase da Sópovo as ruas apresentam um estado lastimável, a necessitar urgentemente de arranjo.
Outra das obras à espera de acabamento há longos anos é o pavilhão desportivo. Com efeito, é face visível a lateral do edifício à espera de obras que concluam o pavilhão – com a construção do ginásio - e essa espera já vem de 1999, ou seja de há 10 anos. Também o espaço exterior aguarda o indispensável acabamento.
O edifício Adães Bermudes que serviu de a antiga escola primária também continua à espera das obras prometidas há longos anos. O seu estado é de tal modo grave que ameaça ruir.
Junto à Vala das Cordas foi possível observar o estado miserável em que se encontra este troço de água. Com efeito, o seu aspecto é de uma negrura e viscosidade espessa e liberta um cheiro indescritível. Trata-se de um dos troços de água mais poluídos do concelho. Desta vala são regadss algumas terras e a sua água vai desaguar à reserva do Paul do Boquilobo com todos os inconvenientes daí resultantes.
Ainda nesse local o problema da falta de pavimentação da estrada que passa por baixo do pontão mantêm-se. Trata-se de um troço de cerca de 300 metros que nunca chegou a ser alcatroado e que se justifica perfeitamente que o seja.
Daí a comitiva visitou a ETAR onde teve a oportunidade de sentir o cheiro nauseabundo que dali se liberta. O cheiro era de tal modo intenso que impediu a permanência dos visitantes no local durante muito tempo. Aliás, a área visitada é talvez a zona mais poluída do concelho, pois ali se concentra a poluição – com os inerentes maus cheiros - proveniente da ETAR, da fábrica do álcool e da Vala das Cordas.
Depois de degustar uns deliciosos carapaus fritos com arroz de tomate servidos no Café Pacheco, a comitiva visitou o Museu Agrícola onde decorria uma actividade ligada às comemorações do 25º aniversário da elevação de Riachos a vila.
E daí seguiu para Casais Castelos onde constatou a necessidade do prolongamento da via principal da Zona Industrial do Entroncamento para os terrenos de Riachos fazendo a ligação à variante bem perto da Urbanização do Tocha. Trata-se de dar continuidade a uma via de ligação entre Riachos e Casais Castelos - num trajecto por onde antes da construção da variante se circulava - que se afigura de muita utilidade.
E para finalizar o dia, a comitiva visitou o Nicho, tendo parado na ponte sobre o ribeiro da Boa Água onde teve ocasião de verificar o estado lastimável do ribeiro e a evidente perigosidade do local.
Aliás, quanto a este aspecto a comitiva foi informada de que a Assembleia de Freguesia de Riachos, por proposta da CDU, aprovou há cerca de um ano uma recomendação à Câmara para colocação urgente de vedações na referida ponte para salvaguardar a segurança dos peões. No entanto até agora a Câmara tem ignorado essa deliberação.